quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Quem indicou Oto Silvério para a Secretaria de Obras?

Alice Santos, do Brasília247

Oto Silvério:  Quem é o padrinho?

O novo secretário de Obras do Distrito Federal é o engenheiro Oto Silvério Guimarães Júnior, 54 anos. Assim que o nome foi anunciado pelo governador Agnelo Queiroz, empresários e até mesmo integrantes do governo se faziam duas perguntas: quem indicou Oto? O vice-governador Tadeu Filippelli gostou ou não da escolha?
É difícil responder à primeira pergunta. Oto é funcionário de carreira da Caesb desde 1985 e na empresa fez pelo menos três amizades que influenciaram sua trajetória profissional: José Roberto Arruda, Marcos de Almeida e Hermes de Paula. Graças aos então secretários Arruda e Marcos (hoje suplente do senador Gim Argello), Oto foi levado para a Secretaria de Obras no governo de Joaquim Roriz. E lá foi mantido pelo secretário Hermes no governo de Cristovam Buarque, então no PT, como diretor do Departamento de Programação e Controle de Obras.
Oto era visto com desconfiança por muitos petistas, porque transitava com enorme desenvoltura entre os empresários da construção e dizia-se que teve influência em uma polêmica decisão tomada pela secretaria: arquivar uma auditoria no metrô, prometida por Cristovam na campanha eleitoral, e retomar as obras com as mesmas empresas dos tempos de Roriz, Arruda e Marcos. Mas ganhou a confiança de Cristovam e foi nomeado presidente da Novacap, função que exerceu em 1997 e 1998. Fora do governo, Oto foi diretor de uma das maiores empreiteiras de Brasília, a Caenge.
Ele assume o comando da pasta após a saída do deputado federal Luiz Pitiman (PMDB), que pediu demissão do cargo no dia 22. O peemedebista não concordou com o espaço reservado à secretaria no projeto de construção do Estádio Nacional de Brasília, que sediará jogos da Copa do Mundo de 2014, e decidiu deixar o governo. Em entrevista ao G1, Pitiman chegou a dizer que estava insatisfeito. "Fui tirado do convênio mais importante", afirmou. A Terracap, antiga imobiliária da capital, teve sua reestruturação administrativa aprovada pela Câmara Legislativa em junho.
Com isso, adquiriu competência de agência de investimentos e, agora, é quem toca a milionária obra, orçada em cerca de R$ 700 milhões. À frente da super Terracap está Marcelo Piancanstelli, técnico e pesquisador do Ipea. A Secretaria de Obras faz parte da cota do PMDB, de acordo com as negociações feitas entre Agnelo e Filippelli antes da eleição. Pitiman, eleito deputado federal em 2010, era indicado por Filippelli, mas contrariou o vice-governador ao ensaiar voo solo e não teve seu respaldo para continuar no governo depois de desagradar a Agnelo.
Daí a perplexidade após a indicação de Oto Silvério, feita na presença de Filippelli. Ninguém sabe exatamente quem indicou Oto a Agnelo, ou se foi uma escolha pessoal do governador – ambos se conhecem bem. Mas se sabe que Filippelli aceitou, mas não gostou.
Fonte: Brasilia 247

0 Comente esta matéria:

Postar um comentário