segunda-feira, 6 de junho de 2011

PROVINCIANA, CÂMARA CRIA O SEU ENCOSTO

De balconistas nos negócios de Roriz e José Roberto Arruda, distritais fazem chantagens emocionais para transformar o Legislativo numa feira, onde a oração volta a ecoar

A Câmara Legislativa continua a funcionar sob a filosofia do Gérson (sempre se dá um jeitinho) ou inspirada em Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva, com ações do tipo toma lá, dá cá. Respira-se nos corredores, gabinetes e Plenário a moeda da troca. O recurso à oração volta com força e, se rezas não resolvem, a alternativa é a chantagem emocional - ou pollítica, como se costumou condicionar determinados gestos de parlamentares.

O quadro é típico da orgia moral desenvolvida em passado recente pelos coronéis do sertão nordestino, que criaram o voto de cabresto para eleger seus candidatos preferidos. A diferença é que os deputados distritais, numa disputa acirrada pelo poder, tentam manter no cabresto o governador Agnelo Queiroz, que se mostra cada dia mais fraco, sem voz ativa, submisso a jogos de interesses.

Em síntese, relata o Jornal de Brasília em sua edição desta segunda-feira 3, a insatisfação dos deputados da base governista ressurge, fortalecendo o já conhecido Grupo dos 14. Com o pretexto de cantar os parabéns para um deputado governista, dez dos descontentes reuniram-se e traçaram estratégias para se fortalecer novamente. E a tendência é que, com fermento, o grupo salte dos 14 para 16 deputados.

O descontentamento com Agnelo vem desde a posse, revela o JBr. De lá para cá, a lista de reclamações não para de crescer. A principal queixa é a dificuldade de comunicação com o governo. Quatro interlocutores fazem a ponte com o governador, mas o esforço não tem sido eficiente. Quando precisam de algo, podem procurar o secretário de Assuntos Parlamentares, Wilmar Lacerda (PT), o líder de governo, Wasny de Roure (PT), o secretário de Governo, Paulo Tadeu (PT), e até o presidente da Casa, Patrício (PT).

Conversam nesses encontros pré-agendados, mas as promessas firmadas nunca são cumpridas, afirma um governista. Os deputados também alegam tratamento diferenciado na base aliada, onde os distritais do PT são sempre considerados “mais base” que os outros. Além disso, o governo não tem disfarçado que já prepara os diretórios regionais para as eleições de 2014, onde pretende eleger uma base ampla de petistas.

A Câmara está voltando a ser o velho balcão de negócios que fertilizou nos governos Roriz e Arruda. Caminha para ser uma feira na gestão Agnelo. Se a palavra de ordem for "reze e terá", o coro de um sintomático amém se fará ecoar.

 Fonte: Blog do José Seabra

ANÁLISE DO BRASÍLIA EM OFF

Não é de agora que vemos o comportamento sempre subserviente de muitos deputados distritais em relação ao Poder Executivo. Infelizmente, a maioria do nosso Parlamento tem se preocupado em fazer uma política de subsistência frente ao GDF. Fiscalizar as ações de governos acaba se tornando simplesmente o Plano B da sobrevivência política...


1 Comente esta matéria:

Anônimo disse...

E no final de tudo, virá mais uma Caixa de Pandora, mais renúncias, mais videos, mais dinheiro público escorrendo pelo esgoto (bolsos dos sem moral), a lentidão da justiça, ninguém vai preso, ninguem devolve o que surrupiou e a população omissa, aceita e só reclama.....................

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