Servidores da Secretaria da Criança e profissionais da área reclamam do aparelhamento político do órgão e da falta de políticas públicas para enfrentar os desafios da pasta. Muitas expectativas se formaram diante do nome do médico pediatra Dioclécio Campos Júnior (foto) para secretário, em razão de suas excelentes abordagens sobre o universo no trato de crianças e adolescentes em conflito com a lei.
Na verdade, o que se vê é uma Secretaria capenga e sem estrutura, sendo relegada ao segundo plano pela cúpula do GDF. Em maio deste ano, o Fórum dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes do Distrito Federal escreveu Carta Aberta dirigida ao governador Agnelo Queiroz, elecando os problemas estruturais do Conselho de Defesa da Criança e do Adolescente – CDCA-DF. No mesmo expediente, foram cobrados os termos do compromisso assinado pelo então candidato Agnelo, que previa prioridade absoluta à criança e ao adolescente no Distrito Federal. Contudo, até o presente momento o governador não deu ouvido ou mesmo não se lembra do que prometera.
Com a criação da Secretaria da Criança sem estrutura, o GDF acabou por desarticular toda uma rede voltada para o combate ao desrespeito e à violência de crianças e jovens do DF. Programas em andamento até o início do ano foram interrompidos à espera de uma nova política, que ainda não saiu do papel.
A realidade é o descaso e o abandono de políticas públicas que visavam a proteção das crianças em vulnerabilidade social. Os Conselhos Tutelares continuam vivendo a sina de cumprir o ECA sem as condições adequadas e necessárias para um bom atendimento ao público. Não restou outra alternativa aos conselheiros, senão o de paralisarem suas atvidades em protesto pela falta de apoio do GDF.
Profissionais, que lidam no dia a dia com o tema, estão indignados não só com a falta de estrutura e ausência de uma política básica para área, como também pela ausência de diálogo com os diriegentes da Secretaria. Servidores do órgão e os profissionais lamentam que o principal cargo de subsecretário de Políticas para a Criança, esteja ocupado pelo renomado médico e doutor Isaac Roitman (foto). Denunciam que ele não tem dado o ar da graça na repartição. Isaac Roitman é Professor aposentado da Universidade de Brasília, coordenador do Grupo de Trabalho de Educação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, além de ter doutorado em Microbiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Até agora nada de concreto produziu na Secretaria.
Outro integrante da equipe da Secretaria bastante criticado por todos é o inexperiente George Gregory (foto), que virou secretário-adjunto da Criança sem ter currículo e qualificação para o cargo. Sua indicação foi meramente política após se tornar cabo-eleitoral do deputado federal Geraldo Magela, na campanha de 2010. A nomeação de George, um garoto de 23 anos, chamou a atenção pelo fato de ter sido considerado INAPTO para o cargo de Atendente de Reintegração Social, da carreira que hoje ele comanda.
Talvez a explicação do doutor Isaac Roitman, de 72 anos, de não dar expediente na Secretaria, além da diferença de sua folha curricular, tenha a ver em não querer se sujeitar às ordens de seu chefe, o garoto de sorte George Gregory. Leia AQUI postagem anterior.
1 Comente esta matéria:
Me parece um pouco tendenciosa essa matéria. Não sei qual foi a intenção do autor quando comparou os 23 anos do Secretário Adjunto com os 72 do Subsecretário. Se idade fosse pré-requisito para alguma coisa não existiriam tantos novos talentos nas mais diferentes áreas. Competência se mostra, idade se adquire.
Postar um comentário