sexta-feira, 20 de maio de 2011

Artigo - UMA ESTRATÉGIA POLÍTICA PARA OS PRÓXIMOS ANOS

Ainda é muito prematuro fazer uma análise, mesmo que preliminar, do governo Agnelo Queiroz em toda a sua plenitude. No entanto, não chega a ser exagero pincelar e analisar alguns fatos, que hoje ocorrem na esfera política da cidade. São fatos que precisam pontuá-los para que possamos enxergar as ações dos atores políticos mais importantes do momento, o próprio governador Agnelo e o secretário de Governo Paulo Tadeu.

A coluna DO ALTO DA TORRE, do Jornal de Brasilia, desta quinta-feira, traz uma importante notícia sobre a possível saída do PDT da base aliada. Dirigentes do partido estão prestes a declarar guerra à forma como Agnelo vem agindo em seu governo. Durante a costura de composição de seu governo, Agnelo deu “um chega pra lá” no senador Cristovam Buarque, ao não consultá-lo sobre a indicação do titular da Secretaria de Educação. Para o cargo, preferiu nomear alguém de confiança do deputado Paulo Tadeu. Cristovam, em momento algum, se postou contrário ao nome da professora e educadora Regina Vinhaes. Dizia apenas que não a conhecia o suficiente para avalizar a sua indicação. Paulo Tadeu, técnico eletricitário da CEB e deputado distrital por três mandatos nunca foi um especialista na área educacional. Possui apenas lampejos de apoio aos movimentos de juventude e estudantil. Mas nada que o gabaritasse para tamanha responsabilidade. O senador, esse sim um especialista de opiniões controvérsias ou não, foi preterido em dar sua contribuição. O episódio mostrou que a parceria de Agnelo e Paulo Tadeu não estaria para brincadeira.
Com o passar dos dias, o mundo político de Brasília percebe que os dois são os verdadeiros donos do governo. Agnelo nem tanto, apenas assina, mas quem governa de fato e toma as atitudes é o todo poderoso Paulo Tadeu. As encrencas políticas neste início de governo são creditadas ao secretário, enquanto que o governador apenas observa.  O motivo da fúria pedetista, ao olho nu, pode ser considerado pequeno, fútil ou apenas de caráter administrativo, sem maior importância, pois se trata de uma mera cessão de um professor da rede pública para o gabinete do senador Cristovam. Podem alegar a falta de profissionais na educação e que por esta razão o governo estaria impedido de cedê-lo. No caso do senador Aécio Neves, líder da oposição à presidenta Dilma, a cessão de outro professor foi mais que providencial. O governo, rancoroso e perseguidor, que se instalou no Palácio do Buriti à custa da militância e de tantos partidos que compuseram a coligação “Um Novo Caminho” encontrou um meio para humilhar e espezinhar o senador, que pode, no futuro, se tornar uma ameaça aos planos políticos de Paulo Tadeu e Agnelo.
É cedo, mas para 2014 a dupla vermelha pode ter definido, em lugar secreto e reservado e com poucas testemunhas, a reeleição de Agnelo e a eleição de Paulo Tadeu para a única vaga do Senado. Cristovam poderia atrapalhá-los e defender o nome do deputado Reguffe numa possível composição das mesmas forças políticas. Para Paulo Tadeu seria um desastre, pois o seu desejo e sua meta é chegar ao topo do governo em 2018. Plano semelhante  ao de José Dirceu, interrompido pelo Mensalão do PT.
Como ficariam as demais peças políticas? Magela e Rodrigo Rollemberg, tão desejosos em chegar à frente do Buriti, sem perceberem, estão sendo enrolados e afastados do jogo político. Magela acomodado na Secretaria de Desenvolvimento Urbano, de média estrutura administrativa, não tem força capaz de barrar uma eventual candidatura de Agnelo à reeleição e retirar do páreo Paulo Tadeu à disputa da vaga de senador. Rollemberg, sem o PT em uma eventual campanha, não chegaria a lugar nenhum. Já provou isso e amargou quatro anos sem mandato. Tadeu Filippelli, experiente político que é, não costuma mostrar suas cartas precipitadamente. O perigo reside mesmo em Cristovam e Reguffe.
Paulo Tadeu não é secretário de Governo por uma simples indicação de Agnelo. A sua nomeação é parte do plano. É uma estratégia exigida pela engenharia política arquitetada por ambos. A sua secretaria, azeitada com aquisição das atribuições da Casa Civil, comanda todas as regiões administrativas do DF, que o possibilita tomar, por tabela, de outras correntes internas, as zonais de seu partido. Aos demais partidos da base, o faz impor o respeito necessário para calar ou mesmo cortar os que ousem a rebelar-se contra suas ordens e determinações. Para muitos dirigentes desses partidos, a máxima é sobreviver de governos, sejam eles quais forem e tudo bem. O PDT é o problema, tanto que o seu único secretário de Estado, o do Trabalho, foi escolhido à revelia da cúpula partidária, somente com o aval do deputado distrital Professor Israel Batista, o azarão pedetista eleito.
Para aniquilar o deputado Reguffe de sua maior base política, o Plano Piloto, Paulo Tadeu não terá a menor cerimônia de jogar para escanteio o adomesticado PCdoB, deslocando Messias de Souza da Administração de Brasília para uma área menos significativa. Os cargos do governo estão à sua disposição, bastando apenas o governador Agnelo assinar.
Felizmente, estamos apenas no início do jogo. Ainda teremos o segundo tempo pela frente, quando novos cenários poderão ser observados.

5 Comente esta matéria:

Anônimo disse...

Não entendi o nexo entre Reguffe (PDT) e o Messias de Souza (PCdoB)

Brasilia em OFF disse...

Nota: No nosso entendimento, para neutralizar o deputado Reguffe de sua maior base eleitoral, o Plano Piloto, Paulo Tadeu será capaz de afastar o atual administrador de Brasília, Messias de Souza, e colocar alguém de sua confiança, visando o crescimento de seu cacife eleitoral nesta região central. Brasília em OFF

Anônimo disse...

E vc acha, Brasília em OFF, que para não perder o cargo o "adomesticado" Messias de Souza não cumpriria esse papel? Isolar (ou anular) o Reguffe (que não é o seu ídolo Cristóvam), tenho certeza que não é nada para ele. Com certeza faria muito mais!!!!

Brasilia em OFF disse...

Muito interessante e pertinente a sua análise. Parabéns.

Anônimo disse...

Em referência a principal atividade (entre outras, é claro!) do Sr. Paulo Tadeu, para quem ainda não percebeu, está a formação de uma base sólida que o catapulte ao Senado Federal, mesmo que para isso o futuro reserve um embate fraticida com seu "companheiro" de partido, o atual Deputado Federal, mas atual Secretário Geraldo Magela.

Como tática este senhor utiliza-se da máquina administrativa do GDF e a recorta em feudos onde a ordem é promover a imagem do Secretário de Governo. Mas isso só vai começar a aparecer a médio prazo, de 2012 em diante, quando o este governo terá um orçamento com cara própria.

E quem acha que no governo Agnelo não há nepotismo ou nepotismo cruzado pode estar parcialmente certo. O fato é que há ocupação de cargo (e cargos importantes) cujo critério é o do empreguismo de parentes e, maracadamente a nomeação de conpanheiros militandes da sua corrente interna do PT que estavam em seu gabinete na CLDF e que agora teve o campo de ocupação 20 vezes (prá ficar na moda) multiplicado.

Vejam alguns exemplos da "ocupação" dos espaços administrativos, enquanto espaços de ação política voltada inteira e exclusivamente para este senhor:

A srª Ivana Santana (que nunca teve uma identidade definida na política interna petista, a não ser a identidade de "onde me der melhor"), esposa do atual Secretário Adjunto de Educação, Sr. Erasto Fortes, ocupa uma tal Assessoria inventada para ela na Secretaria de Governo.

Se a assessoria que esta senhora hoje ocupa na Sec. Gov. já existia antes, não sabemos. O que sabemos é que foi imperativo acomodar esta senhora fora da Sec. de Educação, já que ela tendo sido Subsecretária de Educação no Governo Rosso não poderia abrir o flanco para atacarem o todo poderoso Erasto Fortes da Secretaria de Educação (na realidade, o virtual Secretário), seu esposo, que exigiu a nomeação da esposa em outro cargo importante no GDF, já que o mesmo deixaria um destacado posto junto a Presidência da República para vir “dar sua contribuição” ao Governo Agnelo e ele, sendo Secretário Adjunto, não admitiria que sua esposa voltasse a ser uma "singela" professora de pó de giz (aqueles mestres da Sec. Educ. que recebem a GRC por estarem em sala de aula), coisa que faz tempo ela não faz e, muito menos, pensar em voltar a ocupar algum destacado posto na estrutura da qual ele é o titular adjunto.

"DECRETO DE 20 DE JANEIRO DE 2011.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos XXVI e XXVII, da Lei Orgânica do Distrito Federal, resolve:

NOMEAR IVANNA SANT’ANA TORRES para exercer o Cargo de Natureza Especial, Símbolo CNE-07, de Assessor Especial, do Gabinete, da Secretaria de Estado de Governo do Distrito Federal."

Não bastasse essa acomodação arranjada (como inúmeras outras que não caberiam relatar aqui), quem for verificar no DODF a ocupação da estrutura da Secretaria de Governo, poderá constatar que parente da senhora Administradora de Sobradinho, por exemplo, encontram abrigo na estrutura administrativa comandada por Paulo Tadeu, para isso procurem o sobrenome "HAMÚ".

É aquele mesmo gordinho Hamú que tem um DF14 na Sec de Gov e que na campanha eleitoral, como excelente “chef” que é, organizou fantásticos comes e bebes para Paulo Tadeu/Agnelo.

Bom, por enquanto vou ficando por aqui. Quem souber de outros dados correlatso, peço que postem aqui. Vamos denunciar esse aparelhamento que em última instância só servem a projetos pessoais e de grupelhos.

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