Inércia de quem prometeu um Novo Caminho frustra o senador Cristovam; governador prefere aliar-se a inexpressivo deputado em detrimento de quem o carregou nas costas
O senador Cristovam Buarque (PDT) está desgostoso com Agnelo Queiroz (PT). Provocado a falar sobre a administração petista no Distrito Federal, ele silencia. Quando solicitado a dar uma nota, se esquiva. "Agnelo não é meu aluno", justifica Cristovam. E acrescenta: "Ao contrário, ele quer se afastar ao máximo. Só dou nota a alunos".
As palavras de Cristovam, postadas no Twitter, têm sabor de melancolia. Não que o senador esteja passando por um surto psiquico-depressivo, mas o que se observa é que há um misto de angústia e desprezo por Agnelo. O senador faz lembrar a definição de Freud para um estado melancólico: a ausência que dói.
Ausência de governo, de pulso firme; a inexistência de respeito, do fraco que não reconhece que foi carregado nas costas para fazer-se forte. É esse tipo de sentimento que Cristovam nutre hoje por Agnelo. Essa é a mínima interpretação que se faz quando se lê e se ouve o senador quando o assunto é Agnelo, um aluno sem rendimento, e consequentemente, sem nota.
Sem um professor, Agnelo aposta no fenômeno do aprender sózinho. Um autodidata. Mas, sem um mestre que lhe indique o verdadeiro caminho a seguir, o governador, como a maioria dos autodidatas, enfrenta dificuldades no processo de aprendizagem. Passa o carro na frente dos bois e é atropelado por quem vem atrás. E submerge no ostracismo que se imaginava imune.
Não é apenas a inércia do governo que prometeu um Novo Caminho que frustra o senador pedetista. Cristovam, ex-ministro da Educação de Lula, é hoje o brasileiro mais em evidência nesse campo. A educação está para Cristovam como já esteve para Darcy Ribeiro e Paulo Freire. Mas nem isso Agnelo reconhece.
Na formação do governo, Agnelo Queiroz preteriu indicações de Cristovam Buarque para as secretarias da Educação e do Trabalho. O governador optou por aliar-se a um inexpressivo deputado distrital de primeiro mandato, eleito com as bandeiras do PDT, que lhe garante um voto na fisiológica base da Câmara Legislativa.
Aluno relapso, Agnelo tem sido comparado ao médico (que é) que não sabe romper o cordão umbilical dos males que o cercam. Ele confia nos 676.394 votos que recebeu no primeiro turno. Mas esquece que Cristovam, como senador, teve 833 mil 480 votos.
Magoado, constrangido, mas sempre emitindo os sinais de um ideal positivo. É esse o Cristovam Buarque que se lê no Twitter. Um Cristovam que não guarda rancor, mas que sabe dar a volta por cima. Paciente, ele espera 2014 chegar, quando pretende enfrentar Agnelo nas urnas, numa disputa fratricida que pode detonar a esquerda candanga.
Portanto, se o outro lado vencer a disputa pelo Palácio do Buriti nas próximas eleições, só Agnelo perderá. Porque Cristovam, que não é autodidata, terá mais quatro anos de mandato no Senado.
Fonte: Blog do José Seabra
Fonte: Blog do José Seabra
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Agnélo tá pra medicina assim como Cristovão tá para educação e os dois juntos estão para adminitração pública, INCOMPETENTES.
Verdade, são dois que não valem um.
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