Banco de Brasília aplica 1,2 bilhão de reais em instituições privadas repasses da Saúde com rendimento de 0.6%, mas mercado paga quase 1%; Caixa e BB não têm liquidez, diz dirigente.
A oposição ao governador Agnelo Queiroz (PT), capitaneada por um pequeno mas aguerrido grupo, está investigando as aplicações financeiras dos recursos públicos depositados no Banco de Brasília. Suspeita-se que o BRB, por meio de uma série de manobras, esteja acumulando dinheiro de Caixa Dois para ser usado nas eleições de 2014.
As contas do BRB não são abertas. Edmilson Gama da Silva, presidente do banco, tem sobre sua mesa cópias de requerimentos de informações. Mas se nega a relatar as aplicações. Ele argumenta que se trata de sigilo bancário.
Acionada, a Justiça está prestes a se manifestar, mas há quem tema que o desembargador Dácio Vieira, amigo íntimo do governador Agnelo Queiroz, de quem recebeu favores especiais, negue uma virtual ação. O próprio Ministério Público Federal começa a voltar seus olhos para aquela instituição financeira.
As suspeitas envolvem uma operação triangular. Parte do dinheiro confiado ao BRB é repassado a uma corretora, que aplica em grandes bancos privados, com rendimentos de 0.6%. Ocorre que o mercado costuma remunerar aplicações em até 0.9%. A diferença de 0.3% fica com a corretora, dirigida por amigos do governo. É justamente a destinação dessa diferença que tem alimentado o Caixa 2 para o próximo pleito.
Um dos casos dessa operação triangular envolveria a verba repassada pelo Governo Federal para a Secretaria de Saúde. As suspeitas são de que cerca de 1,2 bilhão de reais foram aplicados com rendimento abaixo do mercado. Só nessa operação, o "lucro" corresponderia a mais de 3 milhões de reais por mês. Mas este é apenas um dos muitos exemplos, porque o BRB gira no mercado financeiro mais de 10 bilhões de reais por mês.
Um dirigente do Banco de Brasília, ouvido por este blog, admite as aplicações, mas assegura que quando o BRB procura uma instituição privada, é pela garantia da liquidez. Deu a entender que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, que pagam quase 1%, não teriam a confiança necessária para operações desse tipo.
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Quanta bobagem.
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