Irmão Lázaro: cachê maior que o de Martinho da Vila, pago pela Adm. Recanto das Emas |
Um verdadeiro festival de recursos públicos para eventos religiosos. As administrações regionais do Distrito Federal não tem poupado recursos públicos para patrocinar apresentações de cunho religioso. Não importa se o evento é evangélico ou católico. A Administração do Paranoá pagou à Talentos Produções Artísticas e Comércio Ltda R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) com a finalidade de contratar banda não especificada para apresentação na “34º Via Sacra do Paranoá – 2011”. A Administração de Sobradinho disponibilizou recursos para viabilizar a “18º Via Sacra de Sobradinho – 2011”, realizada na Quadra 15 – AR 1 de Sobradinho I. Já a administração da pobre cidade do Itapoã pagou a quantia de R$ 199.150,00 (cento e noventa e nove e cento e cinquenta reais) a duas empresas de promoções artísticas para o evento “Cruzada Evangelística”: R$ 70.000,00 (setenta mil reais) para a WD Comunicação Ltda e R$ 129.150,00 (cento e vinte e nome mil e cento e cinquenta reais) para a DF 10 Entretenimentos e Produções Artísticas Ltda. Não mencionamos ainda, os gatos com a famosa Via Sacra de Planaltina, será um capítulo à parte.
Inusitado mesmo foi o cachê pago pela Administração do Recanto das Emas ao Irmão Lázaro, ex-integrante do Olodum baiano. O contrato firmado e intermediado com a suspeita JB Produções e Eventos Ltda-ME, teve o valor fixado em R$ 100.000,00 (cem mil reais) redondos e sem choro, para apresentação no evento “Canta Recanto-2011”, em março deste ano. O cantor gospel, que gravou apenas sete discos na carreira, teve o seu passe valorizado e pago pelo GDF muito mais que o renomado cantor Martinho da Vila, que, “coitado”, recebeu apenas R$ 92.600,00 (noventa e dois mil e seiscentos reais) de cachê para cantar nas comemorações do 51º aniversário de Brasília. A Banda Monobloco, do Rio de Janeiro, também foi desvalorizada e o cachê pago ficou na cifra de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais). Triste mesmo foram os cachês pagos aos músicos do Móveis Coloniais de Acaju, da cantora Célia Porto e do bandolinista Hamilton de Holanda, que receberam 15 mil reais, 12 mil reais e 30 mil reais, respectivamente, para subirem no palco do aniversário de Brasília na última quinta-feira.
A administradora do Recanto das Emas, Izaudete Carneiro De Souza Abrantes, não tem mesmo parâmetro quanto ao valor artístico cultural e muito menos compaixão quando se trata do dinheiro do contribuinte. Para participarem do mesmo evento “Canta Recanto-2011”, contratou as desconhecidas bandas gospel Renovo e Ministério Clóvis Ribeiro por R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
A derrama do dinheiro público precisa ser investigada. Tem muito “promoter” se passando por Cristo para faturar o dinheiro do contribuinte, isso sem falar em desvios de recursos pelos superfaturamentos dos cachês de cantores de qualidade duvidosa. O ralo está aberto porque todos os contratos foram firmados sob a égide da inexigibilidade de licitação, prevista na lei 8.666/93, um prato cheio para a gastança do dinheiro público.
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