domingo, 31 de julho de 2011

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS - Capítulo IV

Pelo fim do verão, a notícia do que sucedia na Granja dos Bichos já se espalhara pelo condado. Todos os dias, Bola-de-Neve e Napoleão enviavam formações de pombos com instrução de misturar-se aos animais das granjas vizinhas, contar-lhes a história da Revolução e ensinar-lhes a melodia de Bichos da Inglaterra.

Jones passava a maior parte desse tempo no Leão Vermelho, em Willingdon, queixando-se, a quem quisesse ouvi-lo, da monstruosa injustiça que sofrera ao ser expulso de sua granja por uma súcia de animais imprestáveis. Os outros granjeiros eram lhe simpáticos, em princípio, mas inicialmente não lhe deram muita ajuda. No fundo, cada um imaginava secretamente alguma forma de tirar vantagem do infortúnio de Jones. Era uma sorte que os proprietários das granjas adjacentes à dos bichos estivessem permanentemente em más relações. Uma delas, chamada Foxwood, era uma granja grande, abandonada e antiquada, coberta de mato, com as pastagens cansadas e as cercas caindo.

O proprietário, Sr. Pilkington, era um sujeito indolente, granjeiro que passava a maior parte do seu tempo caçando ou pescando, conforme a estação. A outra granja, chamada Pinchfield, era menor e mais bem tratada. Seu proprietário era o Sr. Frederick, homem rude e sagaz, permanentemente envolvido em processos na justiça e com a reputação de levar a cabo barganhas muito difíceis. Os dois se hostilizavam tanto que lhes era sumamente difícil chegar a qualquer acordo, mesmo em defesa de seus próprios interesses.

Todavia, ambos estavam assustados com a Revolução na Granja dos Bichos e desejosos de prevenir que seus próprios animais tomassem maior conhecimento do assunto. De início, acharam graça na idéia de bichos gerirem por si próprios uma granja. O caso todo estaria acabado numa quinzena, diziam. E diziam também que os animais da Granja do Solar (insistiam em chamá-la Granja do Solar; não admitiam o nome "Granja dos Bichos") estavam lutando entre si e não tardariam a definhar até morrer. Como o tempo passava e os animais evidentemente não definhavam, Frederick e Pilkington mudaram de tom e começaram então a falar nas terríveis perversidades que estavam ocorrendo na Granja dos Bichos. Comentavam que os animais praticavam o canibalismo, torturavam uns aos outros com ferraduras ao rubro e tinham suas fêmeas em comum. Isso era o que advinha do desrespeito às leis da Natureza, diziam Frederick e Pilkington.

Entretanto, nunca ninguém acreditou nessas histórias. Boatos de um sítio maravilhoso, de onde haviam sido expulsos os seres humanos e onde os bichos tomavam conta dos próprios negócios, continuavam a circular, em formas vagas e desfiguradas, e durante todo aquele ano uma onda de revolta percorreu a região. Bois que sempre haviam sido tratáveis, repentinamente se tornaram selvagens, as ovelhas derrubavam cercas e comiam o trevo, as vacas davam coices nos baldes, os cavalos de salto refugavam os obstáculos, jogando os cavaleiros do outro lado. Sobretudo, a melodia e mesmo a letra de Bichos da Inglaterra tornavam-se conhecidas em toda parte. Espalhavam-se com espantosa rapidez. Os humanos não podiam conter a raiva ao ouvirem essa canção, embora quisessem encará-la como simplesmente ridícula. Não conseguiam compreender, diziam, que mesmo animais chegassem ao ponto de cantar aquela porcaria. O bicho que fosse apanhado a cantá-la, seria chicoteado. Ainda assim, a canção era irreprimível. Os melros cantavam-na pousados nas cercas, as pombas arrulhavam-na nos olmeiros, e ela aparecia nas marteladas dos ferreiros e no bimbalhar dos sinos das igrejas. Ao ouvirem-na, os seres humanos tremiam secretamente ante aquela mensagem que previa sua desgraça.

No início de outubro, quando o trigo já fora colhido, amontoado, e em parte até debulhado, uma revoada de pombos chegou em turbilhão e pousou no pátio da Granja dos Bichos, presa de grande excitação. Jones e todos os seus homens, mais meia dúzia de outros homens de Foxwood e Pinchfield, haviam penetrado pela porteira das cinco barras e vinham subindo a trilha que conduzia à fazenda. Todos armados de bastões, exceto Jones, que marchava à frente com uma espingarda na mão. Era, evidentemente, uma tentativa de recuperar a granja.

Há muito isso era esperado, e os preparativos estavam feitos. Bola-de-Neve, que estudara um velho livro sobre as campanhas de Júlio César, encontrado na casa-grande, estava encarregado das operações defensivas. Rapidamente deu suas ordens, e em pouco tempo cada animal estava em seu posto.

Quando os homens chegaram perto das casas, Bola-de-Neve lançou o primeiro ataque. Os pombos, em número de trinta e cinco, voaram por cima dos homens e defecaram no ar sobre eles; enquanto os homens atrapalhavam-se com isso. Os gansos, até então escondidos nas sebes, avançaram e bicaramlhes as pernas energicamente. Mas isso era apenas uma pequena manobra de escaramuça, destinada a criar confusão, e os homens facilmente espantaram os gansos com os bastões. Então, Bola-de-Neve lançou sua segunda linha de ataque. Maricota, Benjamim e as ovelhas, com Bola-de-Neve à frente, arremeteram sobre os homens, marrando, mordendo e escoiceando-os por todos os lados. Novamente, porém, os homens com os bastões e os coturnos rústicos foram mais fortes; e de repente, a um guincho de Bola-de-Neve que era o sinal para bater em retirada, todos os bichos volveram a frente e fugiram para dentro do pátio; através do portão.

Os homens soltaram um brado de triunfo. Viram, tal como haviam imaginado, seus inimigos em fuga e lançaram-se no encalço, desordenadamente. Era justamente o que Bola-de-Neve desejava. Tão logo eles entraram no pátio, os três cavalos, as três vacas e o restante dos porcos, que estavam emboscados atrás do estábulo, surgiram-lhes de inopino à retaguarda, cortando a retirada. Bola-de-Neve deu o sinal de carga. Ele próprio correu na direção de Jones. Vendo-o, Jones levantou a arma e atirou. Os projéteis abriram riscos sangrentos no dorso de Bola-de-Neve e uma ovelha caiu morta. Sem titubear um só instante, Bola-de-Neve lançou os seus cem quilos contra as pernas de Jones. O homem foi jogado sobre um monte de esterco, e a arma voou-lhe das mãos. Porém, o espetáculo mais terrível, entre tudo era Sansão, erguendo-se nos posteriores e dando manotaços com seus cascos ferrados, feito um garanhão. Logo ao primeiro golpe atingiu o crânio de um cavalariço de Foxwood, prostrando-o sem vida na lama. Ante isso, vários homens largaram os bastões e tentaram correr. O pânico tomou conta deles, e em poucos momentos os animais os caçavam em volta do pátio. Foram chifrados, batidos, mordidos e atropelados. Não houve bicho da granja que não tirasse desforra, cada um à sua moda. Até o gato, inesperadamente, saltou de um telhado sobre as costas de um peão, cravando-lhe as unhas no pescoço e fazendo o homem dar um berro de dor. Em dado momento, desimpedida a saída, os homens conseguiram fugir do pátio e correram desabaladamente rumo à estrada principal. E assim, poucos minutos após a invasão, batiam em vergonhosa retirada pelo mesmo caminho da vinda, com uma multidão de gansos no seu encalço, bicando-lhes as pernas sem piedade.

Todos os homens haviam fugido, exceto um. No pátio, Sansão empurrava, com a pata, o cavalariço que jazia de bruços na lama, tentando virá-lo. Mas o rapaz não se mexia.

– Está morto - disse Sansão penalizado. Eu não queria fazer isso. Esqueci que estava usando ferraduras. Quem acreditará que não fiz de propósito?

– Nada de sentimentalismos, camarada! – gritou Bola-de-Neve, de cujos ferimentos o sangue jorrava. – Guerra é guerra. Ser humano bom ser humano morto.

– Eu não desejo tirar a vida de quem quer que seja, nem mesmo de um ser humano – repetiu Sansão com os olhos cheios de lágrimas.

– Onde está Mimosa? – perguntou alguém.

Mimosa, realmente, havia desaparecido. Por momentos houve grande alarma. Temeu-se que homens a tivessem ferido, ou mesmo a levado com eles. Por fim, foi encontrada, em sua própria baia com a cabeça escondida no feno da manjedoura. Havia fugido no momento do tiro da espingarda. E quando voltaram, após encontrá-la, foi para descobrir que o cavalariço, que na verdade havia apenas desmaiado, já voltara a si e desaparecera. Os bichos, então, tornaram a reunir-se, presas da maior excitação, cada qual narrando suas façanhas na batalha com a voz mais alta que conseguia. Uma celebração de improviso realizou-se imediatamente. A bandeira foi hasteada e cantaras Bichos da Inglaterra muitas vezes, depois a ovelha morta recebeu funerais solenes, sendo plantado em seu túmulo um ramo de espinheiro. Ao pé do túmulo, Bola-de-Neve fez um pequeno discurso, pondo em relevo a necessidade de todos os animais estarem prontos a morrer pela Granja dos Bichos, se necessário.

Os animais decidiram, por unanimidade, criar uma condecoração militar, a "Herói Animal, Primeira Classe", que foi conferida ali mesmo a Bola-de-Neve e a Sansão. Consistia numa medalha de bronze (era, na realidade, bronze dos arreios achados no galpão de ferramentas) para ser usada nos domingos e feriados. Criaram também a "Herói Animal, Segunda Classe", conferida postumamente à ovelha morta.

Houve muita discussão quanto ao nome que seria dado à batalha. Por fim, foi batizada de Batalha do Estábulo, pois fora o lugar onde se armara a emboscada. A espingarda de Jones foi encontrada na lama. Como existisse uma boa quantidade de cartuchos na casa-grande, ficou decidido que colocariam a espingarda ao pé do mastro, como se fosse uma peça de artilharia, e dariam uma salva duas vezes ao ano – uma no dia 12 de outubro, aniversário da Batalha do Estábulo, e outra no dia 24 de junho, aniversário da Revolução.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

DFTRANS: BASTA SER AMIGO DO DIRETOR…


Em qualquer lugar do Brasil, o primeiro requisto para que se realize um vistoria veicular é que o veiculo esteja com a documentação em dia. Mas isto não ocorre no DFTrans.

Segundo denúncias de outras cooperativas e após apuração feita pelo blog, foi descoberto que a Cooperativa Alternativa, que circula em Brazlandia, além de ser presidida por Fontedjan Santana, amigo pessoal do diretor geral Marco Antonio Campanella, realiza suas vistorias sem a documentação necessária.

De acordo com as investigações, os ônibus da Alternativa não possuem o certificado de licenciamento e ainda assim são vistoriados, com autorizacao do diretor operacional, Ricardo Leite, e do gerente de vistorias, Aldrovando Soares. Fiscais que deveriam zelar justamente pela cobrança dos documentos.

Impostos e taxas deixam de ser recolhidos, causando prejuizo ao Distrito Federal.

Cópias das denúncias foram enviadas ao MPDFT e à delegacia da Ordem Tributária da Polícia Civil

Fonte: Donny Silva

COMENTÁRIO DO BRASÍLIAEMOFF
Em 08 de julho passado, o blog, em RAPIDINHAS EM OFF XI, comentou um almoço de Marco Antônio Campanella, diretor-geral do DFTrans com Fontedjan Santana, dono da Cooperativa Alternativa, no restaurante do atacadista Makro. O passe livre era o assunto da pauta. A edição do DFTV – TV Globo, de 02 de abril de 2011, reportou protesto de usuários de ônibus, em Brazlândia, contra a fiscalização da Companhia de Polícia Rodoviária aos veículos da cooperativa de Santana. O protesto dos usuários não era em defesa da empresa, mas por se sentirem prejudicados com a interrupção da viagem. Os veículos foram interceptados por estarem rodando com licenciamento vencido e só voltaram a circular depois que Fontedjan Santana gastou saliva com os policiais, dizendo que os licenciamentos já haviam sido pagos, sem, no entanto, ter apresentado os comprovantes.


A informação trazida pelo jornalisa Donny Silva só reforça a suspeita de que tem “maracutaia” nos negócios do DFTrans e da Cooperativa. Não custa lembrar que, no passado, Fontedjan Santana era apenas um permissionário de vans do transporte alternativo e Campanella, um político derrotado nas últimas eleições, que, certamente, deverá aproveitar a sua estadia no órgão público para conquistar apoios e alavancar o seu partido, Pátria Livre, visando as eleições de 2014. Talvez, seja por esse e outros motivos que o GDF não deseja que se instale a CPI do DFTrans, hoje adormecida na gaveta do presidente da Câmara Legislativa. Esse é o comportamento de políticos e de empresários, que não se rogam em brincar com o sofrimento do contribuinte...

Estádio não tem plano de viabilidade econômica

Justiça libera negócio imobiliário para governo Agnelo investir o dinheiro na construção do Estádio Mané Garrincha


foto: Sérgio Lima/Folhapress      
Obras no estádio Mané Garrincha pela disputa da abertura da Copa do Mundo de 2014
Na disputa pela abertura da Copa do Mundo de 2014, o governo do Distrito Federal leva adiante a construção do novo estádio Mané Garrincha sem ter feito estudo de viabilidade econômica do empreendimentopara70mil lugares numa cidade sem nenhuma tradição no futebol.

O estádio não tem sequer fonte de financiamento definida, segundo nota do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Ontem, o governador Agnelo Queiroz (PT) disse que pretende licitar em agosto, para empreendimentos imobiliários, área de 85 mil metros quadrados em região nobre de Brasília, próxima do estádio.

Segundo estudo da Terracap, estatal que administra terras públicas do DF, seriam construídos prédios de até 65 metros de altura no local. “Vamos correr para isso”, disse ontem o governador ao Estado.

Negócio liberado. A venda do terreno é apontada como a principal fonte potencial de financiamento para o estádio, que teve o seu custo estimado em R$ 745 milhões.

O negócio imobiliário esteve suspenso por liminar do Tribunal de Justiça do DF, a pedido do Ministério Público local. O argumento era que o empreendimento feria o tombamento de Brasília como patrimônio cultural da humanidade.

Anteontem, a Justiça mandou liberar os estudos, uma decisão comemorada pelo governador. “Resolvemos a ampliação do setor hoteleiro e, ao mesmo tempo, os recursos para a construção do estádio”.

“Trata-se de uma área excepcional, o último terreno em área nobre de Brasília, é a Vieira Souto da capital”, avaliou Rodrigo Nogueira, diretor da construtora JC Gontijo, empresa interessada na compra do terreno, numa referência ao endereço chique e caríssimo do Rio de Janeiro.

Embora o governador não tenha adiantado ontem detalhes do negócio, como a venda em bloco dos terrenos ou por parcelas, o empresário espera comprar a área total de 85 mil metros quadrados. “Se for parcelar o terreno, demora mais”, argumenta. O empresário também arrisca um valor para o terreno: R$ 500 milhões.

“Insuficientes”. O Tribunal de Contas do DF considerou “insuficientes” as informações encaminhadas pelo governo sobre o estádio Mané Garrincha e,sobretudo, como a obra será financiada. Em nota, o TCDF informa que não há comprovação da origem de recursos para as obras.

Desde abril de 2010, o tribunal vem exigindo do governo do DF garantias para financiamento da obra. Antes da posse de Agnelo Queiroz, o governo já informava que o estádio seria pago com a venda de terrenos na capital,por R$ 500 milhões.

Os pagamentos da obra têm sido feitos pela Terracap, segundo nota do tribunal, que resolveu auditar entidades responsáveis pela organização da Copa do Mundo em consequência da reiterada recusa do governo do DF em encaminhar informações pedidas pelo Tribunal de Contas local. A expectativa que é a auditoria seja concluída em agosto.

A organização do mundial de 2014 só exige estádios com mais de 45 mil lugares para a abertura e a final da Copa do Mundo. As escolhas serão anunciadas em outubro.

O estudo de viabilidade econômica é uma exigência para a liberação de financiamentos do BNDES, de até R$ 400 milhões por estádio. Brasília abriu mão de pleitear esses empréstimos.

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo (Extraída do blog do Sombra)
    

TAGUAPARQUE LIVRE DE "FANTASMA" BAIANA...

O administrador regional de Taguatinga, Antônio Sabino de Vasconcelos Neto (PT), designou o servidor Valdenor Pereira dos Santos para administrar o Taguaparque, em substituição à servidora “fantasma” Maria Catarina Pereira Santos, denunciada pelo blog BrasiliaemOFF por acumular indevidamente dois cargos comissionados. A Ordem de Serviço foi publicada hoje (28.07), no Diário Oficial do Distrito Federal.
O caso da servidora ganhou repercussão na imprensa quando foi descoberto a sua dupla nomeação. Ao mesmo tempo, que Maria Catarina estava nomeada como assessora especial da Prefeitura de Barreiras-BA, também ocupava o cargo de assessora da Administração Regional de Taguatinga, desde janeiro de 2011. Após a descoberta da ilegalidade, a prefeita de Barreiras-BA, Jusmari Oliveira, não teve outra opção, se não o de exonerá-la.

Mesmo com a perda da função no Taguaparque, Maria Catarina continua lotada no cargo de Assessora de Gabinete DFA-12 da Administração de Taguatinga. Pelo visto, a “fantasma” baiana tem as costas largas no governo do “Novo Caminho” do também baiano Agnelo Queiroz...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

CONEXÕES BAIANAS

Aparentemente, a matéria abaixo, publicada no site do Ministério Público do Estado da Bahia, na data do dia 11.01.2007, não tem nada a ver com a política do Distrito Federal, pois está focada numa prefeitura do interior baiano, lá em São Francisco do Conde, cujo prefeito Antônio Pascoal Batista e o seu secretário de finanças foram denunciados penalmente, em razão do envolvimento numa operação de desvio de recursos públicos da prefeitura. Segundo a denúncia, os empresários Eugênio Queiroz Oliveira e Jucélio Parente foram os intermediários da transação e fazem parte do rol de denunciados. Um desses personagens tem fortes ligações com um importante e graudo político da cidade. Vamos aguardar a evolução dos fatos.
"Prefeito de São Francisco do Conde
é denunciado à Justiça pelo MP
O desvio de mais de R$ 1,5 milhão da Prefeitura Municipal de São Francisco do Conde motivou o Ministério Público estadual a ajuizar uma ação penal pública com oferecimento de denúncia contra o prefeito municipal Antônio Pascoal Batista, o secretário de finanças do município Aroldo Guedes Pereira, o aposentado Osmar Ramos e os empresários Eugênio Queiroz Oliveira e Jucélio Ulisses Parente, que, como destaca a ação, “mediante acordo de vontades, participaram de uma operação fraudulenta efetivada entre os meses de março e maio de 2006”. Informa o documento que os acusados retiraram dos cofres públicos do município o valor de R$ 2.058.096,90 sob afirmativa de quitação de débito com o Hospital São Rafael, que apenas recebeu o repasse de R$ 430.174,50.
Os empresários Eugênio Oliveira e Jucélio Parente, que intermediaram toda cobrança, são os primeiros beneficiários do dinheiro desviado da prefeitura, segundo afirmam o procurador-geral de Justiça adjunto, Hermenegildo Queiroz e os promotores de Justiça Antônio Faustino Almeida, Valmiro Macedo e Eny Magalhães. Segundo eles, o pagamento de mais de R$ 2 milhões foi depositado via transferência bancária em nome da empresa Datoli Corretora e Administradora de Seguros Ltda, pertencente aos empresários, a qual somente deteve a cobrança de dívida entre seus objetivos estatutários na última alteração contratual realizada em agosto de 2006. Frisam os autores do documento que a corretora só repassou ao hospital os mais de R$ 400 mil, sendo que a representante do Hospital São Rafael, Laura Ziller, não reconhece como suas as assinaturas apostas nos documentos que formalizam a prestação de contas da despesa, tanto o instrumento de confissão de dívida quanto os recibos.
De acordo com os membros do MP, o pagamento creditado em favor do hospital corresponde a dez atendimentos realizados a pacientes de São Francisco do Conde entre os meses de novembro de 1997 e março de 1998, o que ocasionou faturas pendentes de pagamento pela prefeitura no valor original de R$ 436.104,78, mas que em março de 2006 foi ordenada pelo prefeito e “paga” pelo secretário de finanças com o valor de mais de R$ 2 milhões. Ressaltam os autores da ação que, na época do pagamento, já havia ocorrido a prescrição qüinquenal da dívida, que “recebeu roupagem de legalidade” após Osmar Ramos assinar ideologicamente falsa confissão de dívida datada de 11 de setembro de 2000. Conforme a ação, outras investigações relacionadas a desvio de dinheiro da prefeitura de São Francisco do Conde tramitam na Procuradoria-Geral de Justiça."
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Ministério Público do Estado da Bahia
Data: 11/01/2007 Por Maiama Cardoso

A BOMBA DO "CHANTAGISTA" DE AGNELO.

Às 16h15min desta 3ª feira, 26, na Procuradoria Geral da República, foram protocolados documentos denunciando esquema de corrupção envolvendo a indústria farmacêutica União Química, o deputado federal Fábio Augusto Ramalho dos Santos (PV-MG), o governador de Brasília Agnelo Queiroz e um empresário baiano com fortes ligações no Partido dos Trabalhadores.

O documento revela pagamento de propina que o deputado Fábio Ramalho recebeu do ex-funcionário da União Química, Daniel Almeida Tavares, chamado de “chantagista” pelo governador de Brasília.

Pelo visto, Daniel além de estar de posse de documentos que comprometem o deputado e o governador de Brasília, também monitora os passos de seus denunciados. O material entregue na PGR faz um relato também de um “certo” jantar recentemente promovido por Fábio Ramalho, prestigiado pela presidente Dilma Roussef, o vice-presidente Michel Temer, a ministra chefe da Casa Civil, Glayse Hoffman, e o tal empresário da indústria farmacêutica denunciado por Daniel.

O que a presidente da República ficou sabendo no dia seguinte foi que os perfumes se misturaram naquele ambiente. Um grupo de “garotas” chegou para dar prosseguimento à festa.

Fonte: Coluna do jornalista Mino Pedrosa (www.quidnovi.com.br)

Os rastros do vice-governador

Em junho de 2010, a Polícia Federal cumpriu 10 mandados de busca e apreensão numa operação intitulada Esperança, um dos desdobramentos da Operação Caixa de Pandora. A WRJ Engenharia foi um dos alvos.

O objetivo era apurar as relações da promotora Deborah Guerner com empresas do setor de coleta de lixo.
 
Mas o que foi encontrado realmente foram as pegadas marcantes do vice-governador. Renato Cortopassi, dono da WRJ, é verdadeiramente a sombra de Tadeu Filippelli no luxo do lixo, em parceria com as empresas Quebec e Valor Ambiental.
Fonte: Coluna do jornalista Mino Pedrosa  (www.quidnovi.com.br)

FILIPPELLI COM UM PÉ NA CANOA FURADA DO GOVERNADOR DO DF

Na república das fitas o capítulo desta vez tem como protagonistas Ailton Queiroz e Reinan, irmão e primo de Agnelo. A dupla Tadeu Filippelli e Fábio Simão - Batman e Robin – tem na bandeja a cabeça do governador depois de flagrarem a atuação dos “empresários/familiares” recebendo propina em nome de Agnelo.

Filippelli está mesmo sentado na cadeira do Buriti. Não se sabe até quando, porque também foi flagrado na compra do Partido PHS, o que pode derrubá-lo da cadeira. Filippelli sempre foi um homem ardiloso e profissional nos porões da corrupção. Mas desta vez, foi pego num pequeno vacilo. Achou que tinha o controle da situação e que só Agnelo estaria em maus lençóis.

O simples fato dele ter acompanhado Agnelo na compra do PHS já é o suficiente para embarcar na mesma canoa furada que o governador. Outro risco de Filippelli é com seus filhos, que transitam muito à vontade dentro do Governo do Distrito Federal.

Esta Coluna vai documentar tudo que vem postando nos últimos tempos.

Fonte: Coluna do jornalista Mino Pedrosa (www.quidnovi.com.br)

O Mensalão do Mané Garrincha

A parceria da Via Engenharia e da Andrade Gutierrez na construção do Estádio Mané Garrincha, que já tem 35% da obra paga rende para o bolso do arrecadador do ex-governador José Roberto Arruda, Fábio Simão, 4% ao mês. Com este montante, Simão sustenta um seleto grupo de viúvas de Arruda.
Fábio Simão continua operando afinadíssimo com Filippelli. Simão é o fiel depositário de todos os acertos econômicos de Arruda, durante o Governo Agnelo, em troca do silêncio do ex-governador para não comprometer nem Agnelo nem Filippelli em seus “negócios” descobertos pelo Ministério Público.
A faraônica obra do Estádio Mané Garrincha foi negociada durante o governo Arruda e mantida por Filippelli. Após o término da Copa, o estádio que homenageia o grande jogador da Seleção Brasileira também ficará com as pernas tortas, pois será muito difícil sustentá-lo economicamente.

Fonte: Coluna do jornalista Mino Pedrosa (www.quidnovi.com.br)
ANÁLISE DO BRASÍLIAEMOFF
No Governo de Transição, logo após as eleições de 2010, o então governador eleito, Agnelo Queiroz, ainda sob o efeito da adrenalina da campanha eleitoral, disse que não seguiria com o projeto original da construção do novo Estádio Nacional de Brasília – o Mané Garrincha, caso a abertura da Copa de 2014 não fosse realizada na cidade. Disse ainda, com toda pompa, que os custos de R$ 702 milhões, previstos inicialmente, seriam reduzidos e que a capacidade de 70 mil expectadores cairia para 45 mil pessoas.
Ficou no discurso apenas. Hoje, o governador, não só manteve os contratos anteriormente firmados, como “finge” brigar com a cidade de São Paulo para sediar a abertura. Porém, outros propóstios estão embutidos na "jogadinha" do governador, que aos poucos vão se revelando. O primeiro passo foi afastar a Secretaria de Obras de qualquer ingerência sobre a Copa de 2014, passando a tarefa para o seu atual chefe de gabinete, Cláudio Monteiro, homem de sua estrita confiança. Outro passo, foi criar uma Comissão especificamente para cuidar de assuntos relacionados à Copa. Encabeça a lista desta Comissão o seu ex-desafeto e perseguidor, delegado Pedro Cardoso, que comandou a Operação Shaolin, desencadeada em 2010, resultando na prisão do lutador de artes maciais, João Dias, amigo de longa data do governador e operador de contratos suspeitos do projeto Segundo Tempo, do Ministério dos Esportes.
É difícil compreender que um delegado, na época, Pedro Cardoso era o diretor geral da Polícia Civil, que investigou o esquema do Segundo Tempo, visando relacionar as denúncias a Agnelo Queiroz, agora faça parte da equipe de seu governo, com cargo CNE-04. Ressalta-se que a Polícia Civil do Distrito Federal não possuía credenciais para proceder tal investigação, haja vista que a competência seria da Polícia Federal, em razão de envolver verbas  federais dos contratos relacionados ao projeto Segundo Tempo.
Então, por que a Polícia Civil do Distrito Federal desencadeou a Operação Shaolin? Por que o delegado Pedro Cardoso se tornou homem de confiança de seu investigado, ocupando um importante cargo no GDF? Por que, da mesma forma, o então secretário de Segurança Pública, delegado João Monteiro Neto, é também homem de confiança de seu investigado, ocupando um cobiçado cargo no GDF, a diretoria geral do SLU? Por que Agnelo Queiroz designou o seu amigo e chefe de gabinete, o agente aposentado e ex-deputado Cláudio Monteiro para cuidar dos assuntos da Copa de 2014? São perguntas intrigantes e que aos poucos, o dia a dia vai nos dando a resposta. A matéria do jornalista Mino Pedrosa, em sua coluna no portal QuidNovi, talvez possa nos levar a uma das  pistas para chegarmos a verosimilhança dos fatos, tal como aconteceram.

OS BARÕES DO LIXO

O jornalista Mino Pedrosa, que assina coluna no portal QuidNovi (www.quidnovi.com.br), traz com exclusividade, um importante relatório produzido pelo Ministério Público do Distrito Federal sobre a máfia do lixo. Muitos personagens estão envolvidos com o esquema. Uma história que ainda terá os seus desdobramentos no governo do PT.  Hoje, o dirigente do SLU do “Novo Caminho” é o ex-secretário de Segurança Pública, delegado João Monteiro Neto, que recentemente firmou contrato com a empresa QUEBEC, emergencial e sem licitação, para a manutenção do Lixão da Estrutural no valor de R$ 7.082.880,00, quase três milhões a mais do que o contrato anterior, firmado em dezembro passado com a Valor Ambiental. Veja AQUI matéria do Blog, postada em 24 de junho passado.

Um RELATÓRIO produzido no Departamento de Inteligência do Ministério Público do Distrito Federal ganhou corpo e hoje faz parte de um volumoso processo no STJ que pode levar para trás das grades dezenas de figurões conhecidos por atuarem há anos no esquema de corrupção no país. O lixo no Brasil era uma caixa preta que hoje a Justiça tem certeza do envolvimento do crime organizado (jogo do bicho em Goiás e até o tráfico de drogas). Em Brasília, recentemente, entrou em cena a Quebec Construções e Tecnologia Ambiental S.A. A empresa ingressou no rentável negócio de resíduos sólidos no DF pela mesma via que, nos últimos anos, alimentou controvérsias jurídicas e provocou desconfiança sobre a legalidade dos processos: a dispensa de licitação. A firma fechou um contrato emergencial de seis meses com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) para fazer a manutenção do aterro do Jóquei, mais conhecido como Lixão da Estrutural. O valor do negócio entre a Quebec e o SLU é de R$ 7.082.880, quase R$ 3 milhões a mais do que a quantia acertada em dezembro do ano passado, quando foi fechada a mesma transação com a Valor Ambiental Ltda. Ao se valer do contrato emergencial, o governo reprisa métodos do passado, objeto de investigação do Ministério Público do DF e da Procuradoria Regional da República por suspeita de corrupção. A oficialização da parceria entre a Quebec e o SLU está no Diário Oficial do DF de 19 de junho de 2011. No mesmo documento, o governo publicou o aditivo de R$ 450 mil ao contrato com a Valor Ambiental, que passou de R$ 4,17 milhões a R$ 4,62 milhões. Com o acerto entre o GDF e a Quebec, a Valor perde uma fatia do serviço, que até então incluía o lote 2 e o aterro do Jóquei. A Delta Construções é responsável pela operação dos lotes 1 e 3 de coleta e conservação do lixo. Juntas, as empresas que dividem o mercado de resíduos no DF recebem uma bolada de R$ 15 milhões ao mês. Em 11 anos, a coleta de lixo rendeu R$ 2 bilhões para as firmas especializadas nesse serviço. Dessa quantia, R$ 500 milhões foram pagos sem licitação, recurso bastante usado a partir de 2006. Antes disso, toda a operação dos resíduos sólidos era monopolizada pela Qualix Serviços Ambientais, que, segundo investigação do Ministério Público, deixou de cumprir exigências do edital como a elaboração de um programa de coleta seletiva e a desativação do Lixão da Estrutural. As suspeitas de irregularidades nesse mercado foram reforçadas com a Operação Caixa de Pandora, após a denúncia de Durval Barbosa. O ex-secretário de Relações Institucionais acusou o ex-procurador-geral de Justiça do DF Leonardo Bandarra e a promotora escandalosa Deborah Guerner, de receberem dinheiro em troca da omissão do Ministério Público em relação a irregularidades envolvendo empresas de lixo. O governo Agnelo andou se posicionando contra vários contratos emergências, mas o da Quebec contrariou todo o discurso do novo Governo.O diretor do SLU, João Monteiro Neto, pressionado pela voz do Governo, não hesitou em ceder. Tudo isso só pode acontecer com o aval do alto escalão do Governo. Neste caso, foi o vice-governador Tadeu Filipelli, que apesar de não fazer parte do quadro acionário da Quebec, tem total ingerência na empresa. Tadeu Filipelli que sempre operou nas sombras de negócios que envolvem milhões junto ao Governo tem um dos filhos abrindo caminho junto às empresas prestadoras de serviço ao GDF. Na realidade, neste jogo nenhuma empresa perdeu nada. Os negócios são tão misturado as, passam pelas mesmas mãos, que não é difícil confundir a Valor Ambiental com a Quebec. Mas o que está sendo realmente cobiçado é o aterro sanitário de Samambaia. A licitação já foi aberta e o Edital está adequado para a Valor Ambiental tocar o bilionário negócio. O Quidnovi teve acesso ao Relatório produzido pelo Serviço de Inteligência do Ministério Público batizado como “SOCIETAS CRIMINIS” ( Sociedades Criminosas). O Relatório mostra passo a passo como a máfia se movimenta e rotula o luxo do lixo.
Fonte: Coluna do jornalista Mino Pedrosa (www.quidnovi.com.br)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Arlécio Gazal: de 25º deputado distrital a secretário de Estado?

Arlécio Alexandre Gazal (foto com o deputado Agaciel Maia) é agora o responsável pela Unidade de Administração Geral (CNE-05) da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, comandada pelo calado deputado Alírio Neto.

Servidor de carreira da Câmara Legislativa, Dr. Arlécio, como é “carinhosamente” chamado, por muito tempo ocupou a Secretaria-Geral da Casa. Pela importância do cargo e a influência que sempre exerceu entre os integrantes da Mesa Diretora, ficou conhecido como o eterno 25º deputado distrital.

Polêmico, Dr. Arlécio ao mesmo tempo, que desperta ódio em algumas pessoas em razão de suas atitudes, também consegue ser adorado e  reverenciado por seus séquitos admiradores.

No Tribunal de Justiça, responde a uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do Distrito Federal. Porém, não gosta de levar desaforo para casa e por isso é autor de algumas ações de injúria, calúnia e difamação, combinado com indenização, contra seus detratores.

Será ele, o novo “secretário de Estado” do governo petista?

Fantasma do Taguarparque exonerada...mas só em Barreiras-BA

Somente a partir da denúncia do blog BrasiliaemOFF, postada no dia 12 de julho passado ("TEM FANTASMA NO TAGUAPARQUE"), que a prefeita do município de Barreiras-BA, Jusmari Oliveira, tomou a iniciativa de exonerar a sua assessora “fantasma”, Maria Catarina Pereira Santos (foto). Ela agora, só ocupa o cargo de administradora do Taguaparque no GDF.

Maria Catarina acumulava o cargo na prefeitura de Barreiras com outro na Administração Regional de Taguatinga. Ela foi nomeada em Barreiras no dia 05 de julho de 2010, como assessora especial de gabinete, e no GDF no dia 25 de janeiro deste ano. Durante seis meses, manteve duas fontes de pagamento no serviço público, o que é proibido, salvo para casos especiais previstos na Constituição Federal.  Até o momento, o administrador regional de Taguatinga, Antônio Sabino de Vasconcelos, não se manifestou sobre o assunto.

A prefeitura de Barreiras, em nota (veja AQUI), reconheceu o “erro” da não exoneração da servidora no período em que ela foi nomeada em Brasília. Diz ainda que a servidora devolveu o montante dos salários recebidos indevidamente da prefeitura, embora não apresente nenhum documento que a comprove. A Portaria nº 289/2011, que trata da exoneração é datada de 07 de julho de 2011, transparecendo que a decisão já havia sido tomada antes mesmo da divulgação da denúncia pelo blog. Porém, o ato só foi publicado no Diário Ofical do município em 20 de julho (veja AQUI), o que gera a suspeita de certo arranjo, numa tentativa evidente de camuflar a ilegalidade e afastar a responsabilidade da prefeitura.  

A denúncia do blog teve ampla divulgação na imprensa baiana. Chamam atenção os comentários da população no sítio www.zda.com.br sobre a matéria (veja AQUI). Dizem que Maria Catarina nunca havia dado expediente na prefeitura de Barreiras e que seu domicílio é na cidade de Formosa do Rio Preto-BA, tendo também ocupado cargo na Prefeitura de Luis Eduardo Magalhães-BA, quando o esposo da prefeita, o atual deputado federal Oziel Oliveira, era o prefeito desse município. Outra informação dada pelos leitores do sítio baiano, é que Maria Catarina goza de boa amizade do também baiano Agnelo Queiroz, cujo seu ex-partido, o PCdoB, é aliado da prefeita Jusmari Oliveira na política local.

O administrador Antônio Sabino assumiu já sabendo que alguns cargos da Administração de Taguatinga eram intocáveis, por ordem expressa do governador. Então tá explicado a blindagem da “fantasma do Taguaparque”...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Deputado Raad Massouh cassado pelo TRE-DF

Deputado Raad deve recorrer ao TSE
Com o placar de 5 a 1, o deputado Raad Massouh (DEM) foi cassado pelo TRE-DF. A Representação 4446-96, proposta pelo Ministério Público Eleitoral foi incluído na pauta de julgamento da sessão de hoje, 25/7, a contra o deputado, em razão de captação ou gasto ilícito de recursos financeiros em campanha eleitoral.

Na sessão anteior, o Desembargador Eleitoral Marcos Luis Borges de Resende pediu vista com o objetivo de proceder à uma análise mais detalhada do caso submetido a julgamento. Para o desembargador Marcos Resende, o caso de Raad é de irregularidade e não de ilícito, portanto não caberia a cassação de mandato, proferindo o seu voto pela não cassação do deputado.

Antes dele, proferiram votos a favor da procedência da ação os Desembargadores Eleitorais Mario Machado (relator), Nilsoni de Freitas Custódio e João Batista Teixeira. Carlos Eduardo Moreira Alves e Josaphá Francisco dos Santos resolveram aguardar o votovista do Desembargador Borges de Resende antes de se manifestarem definitivamente sobre a questão. O Desembargador Federal Moreira Alves e Josafá Santos seguiram o voto do relator pela cassação.

O Relator da ação, por ocasião do julgamento realizado, enfatizou que o candidato preencheu recibos eleitorais não utilizados, com data retroativa, na tentativa de afastar a irregularidade da não emissão de recibos. “Bastava o candidato manter-se inerte”, ressaltou o Relator em relação aos recibos pós-datados.

Sobre os recibos, o Relator deixou claro que foi uma demonstração de falta de seriedade e desapego com relação à lisura da campanha e o seu respectivo controle por parte da Justiça Eleitoral.

Com este quadro decisório, resta apenas mais um voto pela procedência da ação para que o parlamentar tenha o diploma cassado e, consequentemente, tenha o mesmo destino o seu mandato na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

O CASO
A ação foi proposta pelo Ministério Público Eleitoral em razão de irregularidades insanáveis detectadas no processo de prestação de contas do Deputado, as quais foram rejeitadas, à unanimidade, em 15 de dezembro de 2010. A base legal é o art. 30-A da Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições). De acordo com esta norma, qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas da lei de arrecadação e gastos de recursos.

Fora detectada, na prestação de contas do parlamentar, a utilização de veículos sem a comprovação de terem os bens sido integrados ao patrimônio dos doadores, a falta de emissão de recibos relativos à utilização destes veículos e o recebimento de R$ 30.000,00 de pessoa jurídica criada no ano da eleição.
 
 
MAIS UMA DO BENEDITO
Depois de se livrar de processo de investigação por quebra de decoro parlamentar na Câmara Legislativa, o deputado Benedito Domingos se livrou de mais um. O seu processo  no TRE-DF, também referente a irregularidades na prestação de contas na campanha passada, foi extinto porque o prazo limite para apresentação da acão não foi observado.

Fonte: Com informações do TRE-DF e twitter da jornalista Lilian Tahan (@liliantahan_cb)

Pitiman sai. Quem entra?

 

A exoneração "a pedido" do secretário de Obras, Luiz Pitiman, saiu publicada na edição de hoje (25) do Diário Oficial do DF.

O governador Agnelo Queiroz (PT) ainda não anunciou o substituto. O vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), que indicou Pitiman, espera fazer o sucessor.

Petistas, no entanto, querem um técnico mais afinado com o partido.

O acordo eleitoral entre PT e PMDB inclui uma divisão do poder. A Secretaria de Obras é área de influência dos peemedebistas.

Mas entre petistas, fala-se em aproveitar o momento político para começar a beliscar o setor.

A semana promete.


Fonte: Blog da Ana Maria Campos

domingo, 24 de julho de 2011

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS - Capítulo III

E como trabalharam para juntar aquele feno! Mas o esforço foi recompensado, pois a colheita deu um resultado muito melhor do que esperavam.

Por vezes, a tarefa foi dura; os implementos destinavam-se ao uso de seres humanos e foi uma enorme desvantagem o fato de nenhum bicho poder utilizar ferramentas que exigissem a posição em pé sobre as patas traseiras. Mas os porcos eram tão imaginosos que conseguiram contornar todas as dificuldades. Os cavalos conheciam cada palmo do terreno e na realidade sabiam ceifar e raspar muito melhor do que Jones e os empregados. Os porcos não trabalhavam, propriamente, mas dirigiam e supervisionavam o trabalho dos outros. Donos de conhecimentos maiores, era natural que assumissem a liderança. Sansão e Quitéria atrelavam-se à ceifadeira ou à grade (naturalmente não havia mais necessidade de freios e rédeas) e andavam pelo campo para lá e para cá, com um porco atrás gritando "Eia, camarada!" ou "A volta, agora, camarada!", conforme o caso. E cada animal, até os mais modestos, trabalhou para colher e juntar o feno. Até os patos e as galinhas andavam o dia inteiro sob o sol, carregando no bico pequeninos feixes de feno. Enfim, terminaram a colheita dois dias antes do tempo que Jones e seus empregados normalmente levavam. Mas, além disso, foi a maior colheita que jamais se realizara ali. Não houve qualquer desperdício; as galinhas e os patos, com sua vista penetrante, juntaram até o menor talinho. E nenhum animal na granja roubou sequer uma bocada.

Durante todo aquele verão o trabalho da granja andou como um relógio. Os bichos, felizes como nunca. Cada bocado de comida constituía um extremo prazer, agora que a comida era realmente deles, produzida por eles e para eles, em vez de distribuída em pequenas quantidades por um dono cheio de má vontade. Ausentes os inúteis parasitas humanos, mais sobrava para cada um. Havia também mais lazer, muito embora os animais fossem inexperientes nisso. Encontraram muitas dificuldades – por exemplo, no fim do ano, quando colheram os cereais, foram obrigados a pisá-los, à moda antiga, e soprar as cascas, pois a granja não possuía uma debulhadeira -, mas os porcos, com a inteligência, e Sansão, com seus músculos fantásticos, sobrepujavam-nas. Sansão era a admiração de todos. Já era trabalhador no tempo de Jones; agora, como que valia por três. Dias houve em que todo trabalho da granja parecia recair sobre seus fortes ombros. Da manhã à noite lá estava ele, puxando e empurrando, sempre, no lugar onde o trabalho era mais pesado. Fizera um trato com um dos galos para ser chamado meia hora mais cedo que os demais, todas as manhãs, e empregava esse tempo em trabalho voluntário no que parecesse mais necessário. Sua solução para cada problema, para cada contratempo, era "Trabalharei mais ainda", frase que adotara como seu lema particular.

Cada qual trabalhava de acordo com sua capacidade. As galinhas e os patos, por exemplo, economizaram cinco baldes de trigo, na colheita, juntando os grãos extraviados. Ninguém roubava, ninguém resmungava a respeito das rações. A discórdia, as mordidas, o ciúme, coisas normais nos velhos tempos, tinham quase desaparecido. Ninguém se esquivava ao trabalho – ou quase ninguém. Ë bem verdade que Mimosa não gostava de levantar cedo e costumava abandonar o trabalho antes dos demais, sob o pretexto de estar com uma pedra encravada no casco. E o comportamento do gato era um tanto estranho. Em seguida notou-se que ele nunca podia ser encontrado quando havia trabalho por fazer. Desaparecia durante várias horas consecutivas e voltava a aparecer à hora das refeições, ou à tardinha, após o fim dos trabalhos, como se nada houvesse acontecido. Apresentava, porém, desculpas tão boas e rosnava de maneira tão carinhosa, que era impossível não crer em suas boas intenções. O velho Benjamim, o burro, nada mudara, após a Revolução. Executava sua tarefa da mesma forma obstinadamente lenta com que o fazia nos tempos de Jones. Não se esquivava ao trabalho normal, mas nunca era voluntário para extraordinários. Sobre a Revolução e seus resultados, não emitia opinião. Quando lhe perguntavam se não era mais feliz, agora que Jones se havia ido, respondia apenas "Os burros vivem muito tempo. Nenhum de vocês jamais viu um burro morto", e os outros tinham que contentar-se com essa obscura resposta.

Aos domingos, não se trabalhava. A refeição da manhã era uma hora mais tarde e, depois dela, havia uma cerimônia que se realizava todas as semanas, indefectivelmente. Começava com o hasteamento da bandeira. Bola-de-Neve achara, no depósito, uma velha toalha verde de mesa e pintara no centro, em branco, um chifre e uma ferradura. Essa era bandeira que subia ao topo do mastro todos os domingos pela manhã. O verde da bandeira, explicava Bola-de-Neve, representava os verdes campos da Inglaterra, ao passo que o chifre e a ferradura simbolizavam a futura República dos Bichos, cujo advento teria lugar no dia em que o gênero humano, enfim, desaparecesse. Após o hasteamento da bandeira, iam todos ao grande celeiro, para assistir a uma assembléia geral conhecida como "a Reunião". Lá planejavam o trabalho da semana seguinte e discutiam as resoluções. Estas eram sempre apresentadas pelos porcos. Os outros animais aprenderam a votar, mas nunca conseguiram imaginar uma resolução por conta própria. Bola-de-Neve e Napoleão eram sempre mais ativos nos debates. Notou-se, porém, que dois nunca estavam de acordo: qualquer sugestão de um podia contar, na certa, com a oposição do outro.

Mesmo quando, se resolveu – coisa que, em si, não podia sofrer a objeção de ninguém – que o potreiro situado além do pomar seria reservado para os animais aposentados, houve uma agitada discussão a respeito da idade de aposentadoria para cada classe de animal. A Reunião era encerrada sempre com o hino Bichos da Inglaterra, e a tarde destinava-se à recreação.

Os porcos reservaram o depósito de ferramentas para sede da direção. Ali, à noite, estudavam mecânica, carpintaria e outras artes necessárias, em livros trazidos da casa-grande. Bola-de-Neve ocupava-se também da organização dos outros bichos por meio dos chamados Comitês de Animais. Formou o Comitê da Produção de Ovos, para as galinhas; a Liga das Caudas Limpas, para as vacas; o Comitê de Reeducação dos Animais Selvagens (cujo objetivo era domesticar os ratos e os coelhos); o Movimento Pró Mais Branca, que congregava as ovelhas; e outros mais, além da criação de classes para ensinar a ler escrever. No conjunto, esses projetos foram um fracasso. A tentativa de domesticar as criaturas selvagens, por exemplo, falhou em pouco tempo. Elas continuaram a portar-se como dantes, e simplesmente tiravam vantagem do fato de serem tratadas com generosidade. O gato ingressou no Comitê de Reeducação e por algum tempo andou muito ativo. Um dia foi visto, sentado num telhado, a doutrinar alguns pardais pousados pouco além do seu alcance. Dizia-lhes que todos os animais agora eram camaradas e qualquer pardal que o desejasse poderia vir pousar na sua mão; mas os pardais preferiram ficar de longe.

As classes de ler e escrever, ao contrário, constituíram enorme sucesso. Já no outono quase todos os bichos estavam, uns mais, outros menos, alfabetizados.

Os porcos já liam e escreviam muito bem. Os cachorros aprenderam a ler razoavelmente, porém se interessavam pela leitura de nada além dos Sete Mandamentos. Maricota, a cabra, lia um pouco melhor que os cachorros e costumava ler para os demais, à noite, os pedaços de jornal que achava no lixo. Benjamim sabia ler tão bem quanto os porcos, mas não exercia sua faculdade. Ao que sabia – costumava dizer –, nada havia que valesse a pena ler. Quitéria aprendeu todo o alfabeto, mas não conseguia juntar as letras. Sansão não foi capaz de ir além da letra D. Desenhava na areia, com a pata, as letras A, B, C, D, e ficava olhando, com as orelhas murchas, às vezes sacudindo o topete, tentando com todas as suas forças lembrar-se do que vinha depois, inutilmente. É verdade que em várias ocasiões aprendeu E, F, G, H, mas ao consegui-lo, descobria sempre que havia esquecido A, B, C e D. Afinal, decidiu contentar-se com as quatro primeiras letras e costumava escrevê-las uma ou duas vezes por dia, a fim de refrescar a memória. Mimosa recusou-se a aprender mais do que as seis letras que compunham seu nome. Formava-as, bem certinhas, com pedaços de ramos, enfeitava o conjunto com uma ou duas flores e ficava andando à volta, a admirá-las.

Nenhum dos outros animais da granja chegou além da letra A. Notou-se também que os mais estúpidos, tais como as ovelhas, as galinhas e os patos, eram incapazes de aprender de cor os Sete Mandamentos. Depois de muito pensar, Bola-de-Neve declarou que, na verdade, os Sete Mandamentos podiam ser condensados numa única máxima, que era: "Quatro pernas bom, duas pernas ruim." Aí se continha segundo disse ele, o princípio essencial do Animalismo. Quem o seguisse firmemente, estaria a salvo das influências humanas. A princípio, os pássaros fizeram objeção, pois lhes parecia que estavam no caso das duas pernas, porém Bola-de-Neve provou que tal não acontecia:

– A asa de uma ave, camaradas, é um órgão de propulsão e não de manipulação. Deveria ser olhada mais como uma perna. O que distingue o Homem é a mão, o instrumento com que perpetra toda a sua maldade.

As aves não compreenderam as palavras de Bola-de-Neve, mas aceitaram a explicação, e os bichos mais modestos dedicaram-se a aprender de cor a nova máxima, QUATRO PERNAS BOM, DUAS PERNAS RUIM, e que foi escrita na parede do fundo do celeiro, acima dos Sete Mandamentos e com letras bem maiores. Depois que conseguiram decorá-la, as ovelhas tomaram-se de uma enorme predileção por essa máxima, e freqüentemente, deitadas na relva, ficavam a balir "Quatro pernas bom, duas pernas ruim! "Quatro pernas bom, duas pernas ruim!" durante horas a fio.

Napoleão não tomou interesse algum pelos comitês de Bola-de-Neve. Dizia que a educação dos jovens era mais importante do que qualquer coisa em favor dos adultos. Aconteceu que Lulu e Ferrabrás deram cria, logo após a colheita de feno, a nove robustos cachorrinhos. Tão logo foram desmamados, Napoleão tirou-os de suas mães dizendo que ele próprio se responsabilizaria por sua educação. Levou-os para um sótão que só podia ser atingido pela escada do depósito, e os manteve em tal reclusão que o resto da fazenda logo se esqueceu de sua existência.

O mistério do leite pronto se esclareceu. Era misturado à comida dos porcos. As maçãs estavam amadurecendo e a grama do pomar cobria-se de frutas derrubadas pelo vento. Os bichos tinham como certo que as frutas deveriam ser distribuídas eqüitativamente; certo dia, porém, chegou a ordem para que todas as frutas caídas fossem recolhidas e levadas ao depósito das ferramentas, para consumo dos porcos. Alguns bichos murmuraram a respeito, mas foi inútil. Os porcos estavam todos de acordo sobre esse ponto, até mesmo Bola-de-Neve e Napoleão. Garganta foi enviado aos outros, para dar explicações.

– Camaradas! – gritou. – Não imaginais, suponho, que nós, os porcos, fazemos isso por espírito de egoísmo e privilégio. Muitos de nós até nem gostamos de leite e de maçã. Eu, por exemplo, não gosto. Nosso único objetivo ao ingerir essas coisas é preservar nossa saúde. O leite e a maçã (está provado pela Ciência, camaradas) contêm substâncias absolutamente necessárias à saúde dos porcos. Nós, os porcos, somos trabalhadores intelectuais. A organização e a direção desta granja repousam sobre nós. Dia e noite velamos por vosso bem-estar. É por vossa causa que bebemos aquele leite e comemos aquelas maçãs. Sabeis o que sucederia se os porcos falhassem em sua missão? Jones voltaria! Jones voltaria! Com toda certeza, camaradas – gritou Garganta, quase suplicante, dando pulinhos de um lado para outro e sacudindo o rabicho –, com toda certeza, não há dentre vós quem queira a volta de Jones.

Ora, se algo havia sobre o que todos animais estavam de acordo, era o fato de nenhum desejar volta de Jones. Quando o assunto lhes foi posto sob essa luz, não tiveram mais o que dizer. A importância de manter a boa saúde dos porcos tornou-se óbvia. Foi, portanto, resolvido sem mais discussões que o leite e as maçãs caídas (bem como toda colheita de maçãs, quando amadurecessem) seriam reservados para os porcos.