terça-feira, 19 de abril de 2011

Um comentário sobre os 100 dias de Agnelo Queiroz no Palácio do Buriti, para ficar nos anais de Brasília

Quando um governante quer mostrar que sua administração é transparente, faz o que é mais lógico: tornar público o modelo de edital a ser utilizado para a contratação de produtos e serviços, antes de bater o martelo indicando o vencedor da concorrência.


Somente se agir assim, fugindo das mesmices, dos vícios anteriores que muitas vezes maculam a imagem dos homens públicos, o governador Agnelo Queiroz estará dando um grande passo para provar, realmente, que veio com idéias de mudanças, de moralizar a coisa pública.

Essa a verdadeira transparência que se espera de quem prometeu Um novo caminho. Mas, se ficar tão-somente na promessa de filmar e registrar com fotos os muitos processos licitatórios que determinará aos seus subordinados ao longo dos próximos quatro anos, Agnelo poderá levantar dúvidas.

Este, em síntese, é o recado do jornalista Leonardo Mota Neto, postado em sua Carta Polis nesta segunda-feira 11. Porque a simples filmagem de uma licitação não corrobora com nada, sustenta o articulista, com a coragem ímpar e isenta ao comentar as muitas entrevistas do governador do Distrito Federal por ocasião dos seus 100 dias à frente dos destinos da capital da República.

Longe da cidade, vivendo uma espécie de auto-exílio para mergulhar em longos períodos de reflexão, nem por isso deixo de acompanhar, por superficial que seja, o que se passa por essas bandas. E Léo, com quem já dividi muitas redações de jornais, ele comandante, eu comandado, foi mais uma vez brilhante ao escrever o seu Estudo do caso dos 100 dias de Agnelo.

Para o seu blog, Leonardo Mota Neto colheu o básico das entrevistas. Filtrou o que há de melhor para o conhecimento da sociedade, e teceu seus comentários. Lembrou que o governador tentou justificar que nada andou até agora. E Agnelo faz crer, com isso, que não está em sintonia com a crise que se abate sobre seu mandato. Uma crise estrutural, profundamente enraizada. Essa a leitura do jornalista. Os ecos do passado soam grotescos, fantasmagóricos.

Léo falou de passagens hilárias.

Excesso de trabalho - como se debruçar até 18 horas por dia em busca de solução para os muitos problemas existentes - não é sinônimo de eficiência. Uma agenda superlativa deve ser substituída por atos substantivos. Do muito que falou, o governador dá a entender que está rodeado de pessoas em quem não confia. A sociedade brasiliense passou a conhecer essa realidade ao ler a Carta Polis.

Nas entrevistas, Agnelo Queiroz chegou a projetar uma nota 8 para seus 100 dias de governo. Leonardo Mota Neto foi mais realista em seu comentário. O governador não merece nota. Mas há uma chance, por incipiente que seja, como uma tênue luz no fim do tunel.

A nota para o artigo do Léo é 10. Com a torcida para que ela contagie o Palácio do Buriti.


Fonte: Blog do José Seabra - Extraído do Blog do Edson Sombra (http://www.edsonsombra.com.br/)

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